PLURAL: Onde estão as livrarias? O gato comeu, acho que ninguém viu…

Redação do Diário

A coluna Plural desta quinta-feira traz textos das articulistas Nara Stainr e Noemy Bastos Aramburú sobre o tema Direito e Sociedade. Os textos da Plural são publicados diariamente na edição impressa do Diário de Santa Maria. A Plural conta com 24 colunistas.

Confira abaixo a edição desta quinta-feira (12):

Noemy Bastos Aramburú,Advogada, administradora judicial e palestrante

Sempre que sou entrevista a respeito da escolha da minha carreira, atribuo a tal fato a leitura de todos os livros da Agatha Christie, 93, que ocorreu dos meus 10 aos 14 anos de idade, incentivada pelo Círculo do Livro. Acredito que existam vários “filhos culturais’’ do Círculo do Livro, que, criado em 1973, era uma editora que funcionava como um clube. Meu pai, sócio da livraria do Exército, me associou no Círculo do Livro ainda na década de 80, então eu recebia periodicamente uma revista promocional, que apresentava os livros e lançamentos, como existia uma quota obrigatória para comprar e os vendedores vinham em casa, ficava mais tentadora ainda a compra, porque eles acabavam conhecendo o perfil do leitor, e, consequentemente, ajudando na compra e na formação do hábito da leitura.

Eram livros muito bem editados, editorial e graficamente, que tinham como sócios as editoras Abril e Bertelsmann. Orgulhosamente, eu fazia parte dos 800 mil sócios do ano de 1983. Como eu morava no Rio de Janeiro, não sei dizer como funcionava no Rio Grande do Sul. Quando vim para Santa Maria fazer faculdade, lembro-me que havia livrarias, e que nós, acadêmicos de Direito, éramos muito bem servidos, porque além das livrarias existiam os livreiros, que colocavam seus livros em cima do capô de seus carros, próximo à faculdade, deixando expostos muitos lançamentos, inclusive. E hoje? Como diriam alguns, “a coisa mudou”, as políticas públicas de incentivo ao livro, ao escritor, não são as mesmas direcionadas a outros setores, como o esporte. Porém, acredito que nós temos que tomar atitudes de incentivo à leitura dentro de casa, dentro da escola, dentro do clube, dentro da igreja, enfim, facilitar e incentivar a leitura.

Você sabe qual o índice de leitura no Brasil por habitante? De acordo com a 4ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, desenvolvida pelo Instituto Pró-Livro, em novembro de 2021, o brasileiro tem uma média anual de 4,96 livros por habitante. Não existe livro ruim, mas existe livro inadequado para aquele perfil de leitor. Porém, algo é incontest: quem não sabe ler, não sabe escrever. Portanto, devemos incentivar a leitura, porque por mais inteligente que seja uma pessoa, sem sabedoria ela se torna muitas vezes um sino sem badalo, e a leitura é uma das fontes não só sabedoria mas do “poder” que tantos almejam.

Estamos nos aproximando do fim do primeiro semestre de 2022, quantos livros já lemos? Estaremos dentro dessa estatística de menos de 5 livros por pessoa em 365 dias do ano? Não podemos esquecer que nossos filhos aprendem com o que veem, e não com o que falamos. E também, que somos o reflexo das cinco pessoas com as quais mais convivemos. Um brinde a todos os escritores da Feira do Livro de Santa Maria 2022.

Clique aqui para ler o texto de Nara Stainr para Plural desta quinta-feira (12).

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